O contexto educacional nas emergências e desastres é abordado em live do CRP-MG

Atividade dialogou sobre a necessidade de trabalhadoras(es) da educação articularem frentes que se debrucem sobre a questão dos atentados nas escolas

O Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) realizou, na última quinta-feira, 25/5, a transmissão “Trabalho, Educação e Emergências: o que a Psicologia tem a ver com isso?”. A live levantou tópicos sobre como profissionais da Psicologia podem colaborar com escolas e comunidades para identificar fatores de risco e dialogar sobre as implicações das violências.

Contribuíram com o diálogo, a professora do Departamento de Psicologia da UFMG, Deborah Barbosa e a conselheira e coordenadora da Comissão de Orientação em Psicologia de Emergências e Desastres do CRP-MG, Cristiane Nogueira. A mediação foi realizada pela psicóloga e psicanalista, Nanci Rajão.

Episódios de violência em instituições educacionais têm ocorrido em diferentes partes do mundo. A prevenção desses atos exige uma abordagem multidisciplinar, na qual a Psicologia desempenha um papel central.

A conselheira Cristiane Nogueira afirmou que a questão dos atentados nas escolas do Brasil se consdera dentro do contexto de emergências e desastres e que é necessário olhar para suas peculiaridades.

Em relação aos processos de violência, ela aponta: “são situações totalmente atravessadas pelos vieses e determinantes sociais e pelo nosso contexto contemporâneo. É preciso pensar em como reduzir riscos e danos e prevenir tais violações, mas também enfrentar uma cultura que não leva em conta que esses atos acontecem cotidianamente”.

A psicóloga Débora Barbosa realça os aspectos coletivo e social dos ataques violentos às instituições educacionais. Ela destaca que uma série de fatores corroboram para uma lógica de adoecimento do corpo escolar, desde a ausência de convívio social no período pandêmico até os modelos educacionais que tentam padronizar os indivíduos.

“A escola não pode ser pensada como espaço para a disciplina do corpo e do tempo. É preciso repensar o modelo coletivo de socialização que as instituições oferecem”, assevera.

A psicóloga e psicanalista, Nanci Rajão, cita as correspondências entre Einstein e Freud e pontua que a discussão sobre o que é preciso fazer para evitar a guerra se relaciona às reflexões sobre as violências produzidas pelo ser humano.

“Ainda estamos discutindo temas que há 100 anos atrás foram abordados. Que saídas que não sejam destrutivas nem ao outro nem a mim que nós podemos fazer para se debruçar sobre essas questões”, conclui.

O documento orientativo “Recomendações para Proteção e Segurança no Ambiente Escolar”, produzido pelo MEC, reúne diretrizes para garantir a proteção e a segurança dos alunos, professores e demais profissionais no ambiente escolar.

Confira a íntegra:



– CRP PELO INTERIOR –