O cuidado com a saúde mental de mulheres negras e idosas foi tema em encontro do CRP-MG

O Psicologia em Foco desta quarta-feira, 14/3, debateu “Mulheres, saúde mental e práticas clínicas”. Assista o evento na íntegra.

 Invisibilidade das mulheres na tercIntegrantes da mesa do Psicologia em Foco. Da esquerda para a direita: Luciana Santos, Raquel Brasil e Marisa Sanabriaeira idade –  A psicóloga e mestre em Filosofia, Marisa Sanabria, falou sobre o exponencial envelhecimento da população brasileira. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre 2005 e 2015, revelam que o número de pessoas na terceira idade no país cresceu de 9,8% para 14,3%. Apesar dessa realidade, a psicóloga explicou que infelizmente se sabe muito pouco da subjetividade e da clínica do envelhecimento.

“O envelhecimento da mulher é marcado na menopausa, por que a partir daí a capacidade reprodutiva não existe mais. A mulher funcionou historicamente com valor de troca, mas essa troca significa: parir, reproduzir”, analisou Marisa. Ela ainda falou que vivemos em uma sociedade que não só exclui o envelhecimento, mas principalmente as mulheres idosas. “Sofremos com o idadismo e o sexismo”, disse a psicóloga.

Mulheres e racismo – Luciana Costa, psicóloga e mestra em Psicologia Social, trouxe para o debate a perspectiva da mulher negra, realçando o histórico escravocrata do Brasil e o racismo.  “O racismo reduz o cultural ao biológico, por exemplo, a cor da pele sendo negra, pode remeter a uma pessoa preguiçosa, agressiva e alegre. Isso se torna natural. Esse é o racismo, ele é estrutural e hierárquico”, afirmou a psicóloga.

Luciana Costa também questionou a ausência de estudos dentro da Psicologia sobre o sofrimento dos escravizados. “Nós sabemos muito pouco sobre o impacto da escravidão na subjetividade dos escravizados”, disse a psicóloga. Ela ainda falou sobre a importância de mulheres negras serem atendidas por uma psicóloga negra, pois na sua experiência de atendimento, muitas mulheres se sentem aliviadas em não ter que explicar as diversas situações de racismo.

A mediação do encontro foi feita pela psicóloga e integrante da Comissão Mulheres e Questões de Gênero, Raquel Brasil.

 

 

 

 



– CRP PELO INTERIOR –