Obesidade e outros transtornos alimentares são discutidos no Psicologia em Foco

“Obesidade e transtornos alimentares” foi tema do ciclo de debates Psicologia em Foco, evento organizado, semanalmente, pelo Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG). Realizada na última quarta-feira (7/12), a roda de conversa contou com a participação da psicóloga Valéria Tassara, que é mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e especialista em atendimento sistêmico de famílias e redes sociais pela PUC Minas; e Ester Ribeiro, médica e pós-graduada em Nutrologia pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN). O debate foi mediado pelo psicólogo Milton Bicalho, que realçou a importância do tema: “É um assunto que tem ganhado destaque na Psicologia recentemente”. Clique aqui para ver as fotos do evento.

Valéria Tassara explicou que a teoria sistêmica tem norteado seus trabalhos sobre obesidade e transtornos alimentares. “É a teoria que abarca a multidimensionalidade. Ela permite pensar a obesidade, por exemplo, a partir dos fatores biológicos, psicológicos, familiares, econômicos”, relatou.

A psicóloga citou que pessoas com transtornos alimentares eram vistas como doentes mentais. “Hoje em dia, anorexia e bulimia estão consideradas como transtornos mentais, a obesidade não”, disse. Segundo Tassara, o estigma está presente na construção social dessas pessoas e as(os) profissionais da Psicologia têm o papel de conversarem em todos os seus ambientes de atuação, inclusive no Conselho, sobre essa problemática. “Uma pessoa que está obesa, por exemplo, é um ser humano com limitações e que pode abrir possibilidades – deixar de ser obesa. Ela não pode ser definida por aquele rótulo imposto”, advertiu.

Ester Ribeiro disse que durante sua graduação em Medicina poucas matérias envolviam a Psicologia. “Não dá para tratar uma criança com transtorno alimentar se eu não tiver essa visão sistêmica. Na minha prática, é uma visão muito boa e possibilita o trabalho conjunto com outras áreas”, declarou a médica, que mantém um projeto conjunto com a psicóloga no Hospital São Camilo com pessoas que sofrem desses transtornos.

Valéria Tassara complementou dizendo que a Psicologia tem um papel social e político muito importante nesse trabalho. “Precisamos ser articuladores de uma tessitura, de rede, de vínculos afetivos. Os problemas de saúde coletiva fazem parte da nossa vida e temos contribuições a fazer na construção de novos aspectos – e que façam sentido para aquela pessoa”, propôs.



– CRP PELO INTERIOR –