Objetificação dos corpos das mulheres em pauta no programa de rádio

Entrevista foi veiculada na quarta-feira, 18/2, na Rádio Inconfidência AM

Representações dos corpos femininos como objetos ainda são comuns na contemporaneidade. Uma marca de cerveja, por exemplo, já associou a quantidade de milímetros da bebida ao silicone da garota propaganda, e esse é apenas um dos exemplos de objetificação das mulheres.

Às vésperas do carnaval, urge que esse assunto ocupe centralidade e receba mais atenção. No programa de rádio desta quarta-feira, 18/2, o tema foi abordado em entrevista com a psicóloga, especialista em Gestão de Pessoas e integrante da Comissão de Psicologia e Relações Étnico-Raciais do CRP-MG, Hilcéia Moreira.

Ouça o programa:

“As representações que circulam no imaginário social criam o que é ser mulher. Isso vai de acordo com o poder que certos grupos têm de criar esses modelos e fazer valer, sendo, nesses casos, as mulheres submissas ou meros objetos”, afirma Hilcéia Moreira. Segundo a psicóloga, desde muito cedo, as mulheres são socializadas em contextos que as ensinam estarem dispostas a servir e, deste modo, mesmo quando ocupam espaços de poder, permanece a visão de que elas deveriam assumir jornadas duplas ou triplas para cuidarem de seus lares.

Marcadores sociais que atravessam a vida das mulheres – Muitas vezes, para Hilcéia, é possível perceber que as opressões vividas pelas mulheres assumem novas roupagens dependendo de seus marcadores sociais. É o que ela ressaltou ao pensar a racialidade desse debate: “a objetificação das mulheres negras remonta ao período colonial e ainda hoje vemos, por exemplo, ênfase em partes do corpo dessa mulher que tira a ideia de que ela é um ser humano por completo”, observou.

Promover ações para refletir sobre masculinidades é um primeiro passo importante para romper com a objetificação dos corpos femininos, segundo Hilcéia, mas é necessário estar atenta(o) para não responsabilizar as mulheres. “Nós já temos que lidar com todas as outras questões, então podemos atuar como aliadas, mas é necessário também chamar os homens para discussão”, salientou.



– CRP PELO INTERIOR –