Opressão da mulher lésbica foi um dos temas abordados em encontro no CRP-MG

O Psicologia em Foco desta quarta-feira, 29/8, falou sobre “Direitos de mulheres lésbicas: interlocuções com a Psicologia”

Assista ao encontro na íntegra.

Nesta quarta-feira, dia 29, foi Dia da Visibilidade Lésbica. Para falar sobre o assunto, o Conselho Regional de Psicologia- Minas Gerais (CRP-MG) convidou a militante feminista, LGBT e pedagoga, Soraya Menezes, e a professora de bioética, pós-doutoranda e especialista em gênero e sexualidade, Suane Soares.

Soraya iniciou a conversa fazendo um mapeamento histórico de suas experiências pessoais. Ela ressaltou que a heterossexualidade é imposta às mulheres desde os tempos mais remotos e a luta pela visibilidade é uma pauta sempre recorrente no próprio movimento LGBTI.

Em relação à violência, a pedagoga lembrou que não existe uma estatística para as mulheres lésbicas, o que revela o aspecto político da questão. “Muitas amigas minhas casaram, outras suicidaram e muitas foram assassinadas”, disse.

Logo em seguida, Suane destacou a ordem patriarcal que impõe sobre as lésbicas uma ausência de lugar. “As mulheres heterossexuais têm um lugar na sociedade, ainda que sejam descriminadas e inferiorizadas. Elas têm o lugar do prover, cuidar, amar, lutar pelos direitos é importante, mas não são os direitos que as lésbicas precisam. Porque o que elas vivem é uma ausência de lugar” afirmou.

A professora também chamou atenção para opressão que elas vivem em termos de segurança, assim a vida lésbica é sistematicamente entendida como resistência. De acordo com ela, para uma mulher lésbica, andar na rua sem ser menosprezada é um dia atípico.  “Nós vivemos em segredo, porque é assim que a gente sobrevive”, finalizou.

Suellen Fraga, psicóloga, membra da Comissão de Psicologia e Relações Étnico-Raciais do CRP-MG e diretora do Sindicato das(os) Psicólogas(os) de Minas Gerais (PSind-MG), participou como mediadora da conversa. Ela reiterou que o sofrimento e o desejo das mulheres lésbicas interessam à Psicologia porque são fenômenos individuais, sociais e psicossociais. Para ela, nenhum profissional de Psicologia está imune ao processo de socialização que envolve a identidade e a subjetividade. “Psicólogas e psicólogos precisam, também, promover a visibilidade”, afirmou.



– CRP PELO INTERIOR –