Os desafios da inclusão escolar e espectro autista foram tema de debate do CRP-MG

O Psicologia em Foco desta quarta-feira, 4/4, discutiu o tema “Autismo, inclusão e os desafios para a Psicologia Escolar”. Para assistir o evento na íntegra, clique aqui.

Mesa Psicologia em Foco 4/4A psicóloga, Daniela Gonçalves, doutoranda em Cognição e Comportamento pela UFMG e membro do Laboratório de Estudos e Extensão em Autismo e Desenvolvimento, trouxe a perspectiva das dificuldades no atendimento de crianças com Transtorno do Espectro Autista e os desafios da inclusão nas escolas.

“Quando essas crianças chegam na escola, em muitos casos, os profissionais que irão trabalhar com elas não têm conhecimento sobre o espectro autista. Imagino o quanto deve ser angustiante para esses profissionais terem que trabalhar para ajudar essa criança, sem ter conhecimento para isso”, relatou Daniela Gonçalves. Outra reflexão colocada pela psicóloga, é a multiplicidade de manifestações em sujeitos diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista, ou seja, as dificuldades e habilidades podem se apresentar de formas diferentes variando de pessoa para pessoa.

Raquel Mesquita, psicóloga e doutora em Educação pela UFMG, com pesquisa sobre inclusão educacional, também colaborou com a discussão e enfatizou a singularidade do sujeito autista, assim como Daniela Gonçalves. “O autismo é mencionado como um sujeito de tantas faces, que passou mundialmente de um fenômeno aparentemente raro, para um muito mais comum do que se pensa. De causas desconhecidas, incidências variadas diante de metodologias diversas escolhidas por cada autor”, explicou a psicóloga. Dentro da singularidade apresentada pela psicóloga em relação a pessoa com espectro autismo e os desafios clínicos, ela questiona o espaço escolar, onde “o desafio é ainda maior”. A psicóloga coloca o lugar da escola, como um ambiente de formação historicamente generalista e padronizado.

A psicóloga, Libéria Neves, doutora em Educação pela UFMG e autora de pesquisas e ações no campo das contribuições da Psicologia e da Psicanálise à educação e à inclusão, trouxe reflexões relacionadas ao ambiente escolar. Ela apontou aspectos da sociedade atual como a medicalização e a patologização da vida, questões que estão presentes nas escolas. “O que a gente tem visto na escola, é de fato, um excesso no que se refere à patologização do comportamento da criança e uma tentativa de enquadrá-la para que se possa lidar de forma mais suave com o ‘impossível’ que aquela criança apresenta”, disse Libéria Neves.

A mediação do debate foi feita pela psicóloga, Felícia Santos, mestranda em Educação na linha de pesquisa Psicologia, Psicanálise e Educação na UFMG e membro da Comissão de Psicologia Escolar e Educacional do CRP-MG.



– CRP PELO INTERIOR –