Os desafios no combate ao fundamentalismo religioso foram discutidos no CRP-MG

O Psicologia em Foco desta quarta-feira, 18/4, debateu o “A dimensão de espiritualidade e o enfrentamento ao fundamentalismo: discutindo as relações de poder”. Para assistir o evento na íntegra, clique aqui.

O psicólogo Guaraci dos Santos, doutorando em Ciências da Religião pela PUC Minas, Sacerdote Umbandista e no Candomblé de Angola e vice-presidente da Federação Espírita Umbandista do estado de Minas Gerais trouxe reflexões sobre as atuais atitudes fundamentalistas tomadas pela sociedade, seja na política, nas relações sociais, religiosas, dentre outras. Ele também fez um resgate histórico do surgimento do fundamentalismo ao atual cenário mundial. “No Brasil, é cada vez mais recorrente o uso desse termo como forma de nomear grupos evangélicos, religiosos ou políticos, dentre outros, que defendem o conservadorismo contrário aos direitos de livres expressões sexuais, familiares e religiosas, entre outras. Esse conservadorismo se dá em nome de fundamentos confessionais específicos, como os cristãos, o que por sua vez vai potencializar conflitos sociais”, disse o psicólogo, que citou o genocídio da população jovem negra e LGBT e os ataques aos afroreligiosos e seus terreiros como exemplos da violência fundamentalista.

Marcus Mareano, padre da Arquidiocese de Belo Horizonte e doutor em Teologia pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia e pela Universidade Católica de Lovaina-Bélgica, apresentou dados relacionados à intolerância religiosa e também questionou se a espiritualidade pode ajudar a combater o fundamentalismo e de que tipo de espiritualidade se trata. “Há uma pluralidade de opções religiosas, uma diversidade e, ao mesmo tempo, buscas diversas. Esse acelerado avanço que a gente assiste na nossa sociedade implica sempre que se suscite crise, gerando um vazio social e cultural, consequência da mudança de sentido. Ou seja, aquilo que tínhamos certeza há 20 anos atrás, nós não temos mais, o que escolhemos há pouco tempo atrás, hoje nós já questionamos. O indivíduo escolhe à sua maneira de crer e no que crer, as instituições religiosas não predominam mais sobre o indivíduo ”, avaliou.

Quem mediou a mesa foi o conselheiro do CRP-MG e coordenador da Comissão de Psicologia, Laicidade, Espiritualidade, Religião e outros Saberes Tradicionais, Reinaldo da Silva Júnior.



– CRP PELO INTERIOR –