Perspectivas técnicas e ética da Avaliação Psicológica foram temas de encontro em Belo Horizonte

A terceira mesa do I Encontro Mineiro de Avaliação Psicológica no Trânsito contou as contribuições de Jackson Lucena, advogado, militante, pós-graduado em prática judicante e coordenador geral de qualificação do fator humano no trânsito; Carlos Souza, psicólogo, especialista em Psicologia do tráfego e gestão em projetos ambientais; e Tatiane Bacelar, psicóloga, especialista em Psicologia do trânsito e mestre em Psicologia. O tema da conversa foi “Avaliação Psicológica no trânsito ou testagem? Perspectivas técnicas e ética”.

Para dar início, Jackson observou que a avaliação psicológica no trânsito precisa de uma atenção mais precisa, e que nessa prática devem ser coletados dados para traçar, posteriormente, o perfil dos condutores do Brasil. Jackson afirmou que 90% dos acidentes de trânsito estão ligados ao fator humano.

Segundo o advogado, a categoria precisa fazer reivindicações e clamar para que algumas leis sejam modificadas, a fim de que a prática de avaliação psicológica seja melhorada. “Os psicólogos são, juntamente com o estado, responsáveis pela preservação de vidas, porém, precisam ser ouvidos e respeitados. A Psicologia de trânsito precisa receber, dentro do cenário da segurança diária, o patamar que merece, a qualidade que precisa e o incentivo para avançar”, afirmou.

Carlos Souza, que deu prosseguimento à mesa, ressaltou o fato de que as(os) psicólogas(os), diante da dúvida sobre os procedimentos a serem realizados, acabam optando pela testagem em detrimento da avaliação psicológica. E, para ele, a Psicologia precisa avançar e capacitar os profissionais para que essa prática seja efetiva e o atendimento psicológico seja realizado.

Na sequência, Tatiana Bacelar afirmou que existem muitos dilemas na prática de avaliação psicológica e que “ela precisa ser compreendida como um processo, como utilização de diferentes técnicas e principalmente como integração dos dados”. De acordo com Tatiana, o psicólogo precisa ter a capacidade técnica e ética para explicar e orientar o sujeito que for avaliado sobre as suas condições psicológicas e é necessário fazer uma entrevista de devolução cuidadosa e contextualizada à realidade do candidato.

Já sobre a testagem e avaliação psicológica, Tatiane afirmou: “é possível realizar a avaliação e precisamos exercer o que nos é de direito”.

Marcelo Resende, psicólogo com formação em Psicanálise, pós-graduado em perícia técnico-consultiva do judiciário, mestre em Psicologia e doutor em Psicologia do desenvolvimento, participou como mediador da mesa.



– CRP PELO INTERIOR –