04 ago Prática e construção da Psicologia do Esporte são abordadas no Psicologia em Foco

Para discutir a importância da Psicologia do Esporte, o Psicologia em Foco da quarta-feira (3/8) recebeu as psicólogas Marisa Santiago, que é mestre em Ciência do Esporte e professora de Psicologia do Esporte na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FACMMG), e Paula de Paula, que também é graduada em Educação Física e mestre em Treinamento Esportivo. O debate aconteceu na sede do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) e contou com a mediação da psicóloga de referência técnica do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop), Luciana Franco. Para ver as fotos do evento, clique aqui.

Marisa Santiago fez uma reflexão sobre como o esporte está presente no dia-a-dia da sociedade e que mesmo assim a Psicologia do Esporte tem pouca visibilidade. Segundo Marisa, o esporte é uma área nova que a Psicologia vem trabalhando, mesmo que com todas as dificuldades na formação. “São poucas as faculdades que têm no currículo a Psicologia do Esporte. É um campo específico e que está em construção”, disse a psicóloga.

Marisa também relatou a desvalorização da(o) profissional que atua no esporte. De acordo com ela, não existe investimento do poder público para que as(os) profissionais da Psicologia do Esporte atuem, principalmente nos grandes eventos que vêm acontecendo no Brasil.

A psicóloga explicou que, ao contrário do que se costuma supor, a Psicologia do Esporte não é voltada apenas para o alto rendimento e defendeu que o investimento em esporte nas escolas públicas beneficiaria os jovens e, ao mesmo tempo, criaria novas possibilidade de atuação para a(o) psicóloga(o). Ela ainda ressaltou que é preciso ter um olhar mais cuidadoso e carinhoso com essa área, que ainda é pouco reconhecida.

A psicóloga Paula de Paula relatou que as mulheres enfrentam obstáculos no esporte, pois é um ambiente majoritariamente masculino. “Tive muitos embates com homens. Eles não tinham conhecimento sobre o papel da psicóloga no esporte”, disse Paula. A partir dessas dificuldades, ela resolveu se aprofundar na área de Educação Física, quando atuou na Psicologia do Esporte de rendimento – que está diretamente ligada à formação de atletas.

“O esporte ainda não é para todos. Atualmente, esporte de rendimento é o que dá a cara de poder à Nação. Ainda está voltado para as pessoas que têm um desempenho maior”, relatou a psicóloga.

Luciana Franco, psicóloga de referência técnica do Crepop, relatou a ausência da(o) psicóloga(o) no esporte. De acordo com ela, em Minas Gerais há apenas dois psicólogos que atuam com políticas públicas – ambos em Betim, com o projeto “Academias da Cidade”. “Nós temos políticas públicas, mas não temos a Psicologia adentrando nesse campo. Precisamos discutir o que devemos fazer nesses lugares”, convidou.

Crepop – O mês de agosto é o mês das(os) psicólogas(os). Neste ano, o CRP-MG homenageia os 10 anos do Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas (Crepop). A partir disso, os ciclos de debate do Psicologia em Foco da sede e das subsedes abordarão temas relacionados à políticas públicas e às pesquisas feitas sobre a atuação das(os) psicólogas(os) pelo Centro.

Grupo de Trabalho – Em 2016 foi criado um Grupo de Trabalho sobre Psicologia do Esporte no CRP-MG. As reuniões são mensais e acontecem na subsede Triângulo. Para acessar o cronograma de encontros, clique aqui.