Programa de rádio discute abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

O 18 de maio, além de ser o Dia Nacional da Luta Antimanicomial também é o Dia Nacional do Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. A data foi criada para mobilizar a sociedade brasileira e convocá-la ao engajamento contra a violação dos direitos sexuais de crianças e adolescentes.

Pensando nisso, o programa de rádio Psicologia em Foco dessa quarta (25) abordou o tema e teve como convidada a psicóloga Cynthia Tannure. Ela é doutoranda e mestre em Psicologia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Supervisora clínica do Projeto de Pesquisa e Extensão com crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual (CAVAS) da UFMG e possui pesquisas na área de abuso sexual infanto-juvenil.

Cynthia explicou a diferença entre abuso e exploração sexual. “O primeiro se refere à apropriação do corpo da criança ou do adolescente com ato sexual envolvendo ou não penetração. Já a exploração sexual é quando se tem o comércio, quando adultos apropriam das crianças para tirar proveito financeiro com atos sexuais”, afirmou. A psicóloga completou: “é importante ressaltar que o abuso não está vinculado a uma classe econômica. O principal agressor é o homem e muitas vezes o próprio pai”, declarou.

Cynthia relatou que os fatores culturais também estão relacionados ao abuso de crianças e adolescentes, pois é uma forma de dominação do adulto sobre o sujeito que podem estar relacionados a um tipo de cultura, quando o corpo é visto como propriedade. A psicóloga também falou de como a família deve ficar atenta a essas crianças e adolescentes. “É importante observar alterações físicas, como sangramentos e hematomas, sinais de violência. E também estar de olho nas [alterações] psicológicas, como choro constante, incapacidade de brincar e ainda a recusa a ficar sozinho com cuidadores”, pontuou.

A convidada ainda esclareceu o papel da Psicologia no tratamento de crianças e adolescentes que sofreram abuso sexual. “O profissional auxilia no fortalecimento dessa vítima, reforçando o laço de confiança. Além disso, promove espaços de escuta e acolhimento”. Outra contribuição importante, de acordo com a psicóloga, é a produção de pesquisas sobre o tema. Para finalizar, Cynthia alertou sobre a importância de se discutir esses temas em diferentes ambientes. “Principalmente dentro da escola, um local onde muitas crianças se manifestam como vítimas de abuso. A família também deve se fortalecer e proteger esses meninos e meninas”, completou.

O programa de rádio “Psicologia em Foco” é uma parceria do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) com a Rádio Inconfidência AM. O programa vai ao ar toda quarta-feira, às 12h30, na frequência 110 AM. Se você não pode ouvir a entrevista, utilize o player abaixo para escutar.



– CRP PELO INTERIOR –