Programa de rádio discute mudanças no Estatuto do Desarmamento

Depois de doze anos em vigor, a lei que proíbe o porte de armas no Brasil, o Estatuto do Desarmamento, pode ser revogada.  Está em tramitação na Câmara dos Deputados um projeto que afrouxa as regras para o porte e a compra de armas de fogo no Brasil. O projeto ainda precisa ser discutido no Senado para virar lei.

A possibilidade de alteração no Estatuto do Desarmamento foi tema do programa de rádio Psicologia em Foco da quarta-feira, 24/2. Para falar sobre o assunto, o programa convidou a psicóloga Tânia Alves, que atualmente é coordenadora do Setor de Psicologia da Academia de Polícia Civil de Minas Gerais (Acadepol).

Tânia Alves iniciou a entrevista relatando sobre a proposta de alteração do estatuto. “É muito vasta a reflexão que se pode fazer desse caso. Esse novo Estatuto apresenta modificações muito sérias. No nosso cotidiano, muitas coisas acontecem que podem interferir nas ações de uma pessoa. Com a arma em mãos, você não sabe o que pode acontecer”, afirmou.

A psicóloga também comentou que as pessoas, em geral, têm uma sensação de insegurança. “A violência que temos no Brasil já é grande, com a revogação complicaria ainda mais”, disse.

Tânia acredita que as únicas beneficiadas com a revogação seriam as empresas fabricantes de armas de fogo. “O nosso país está em uma situação delicada, com problemas relacionados à crise, falta de emprego, isso afeta as pessoas. Mas para os fabricantes isso seria vantagem”, alertou. Ela ainda explicou que é preciso ter cuidado ao comparar o Brasil com países desenvolvidos, onde o porte e o uso de armas é permitido e o índice de criminalidade é menor. “As pessoas que acreditam que a prática de crimes será menor com a revogação do Estatuto se enganam, pois temos que entender que nesses países a cultura e o modo como as pessoas foram educadas é outra. No Brasil eu vejo que é cada um por si”, afirmou.

“Para mim, essa revogação não irá acontecer, porém a bancada da bala está forte. Acredito que com essa regulamentação, o número de homicídios por arma de fogo, que já não é pequeno, aumentará, pois se você tem uma arma na mão também tem o impulso de usá-la”, concluiu a psicóloga Tânia Alves.

Para ouvir a entrevista completa, utilize o player abaixo.



– CRP PELO INTERIOR –