Psicologia em Foco apresentou relato de experiências de psicólogas nas emergências e desastres

O ciclo de debates Psicologia em Foco realizado nesta quarta-feira(20), na sede do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), apresentou relatos de experiências de psicólogas que atuam nas emergências e desastres. A mesa contou com as convidadas Cecília Ribeiro da Silva, psicóloga e mestra em Psicologia, assessora Técnica da Cáritas às comunidades atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana/MG; Juliana Matos, psicóloga, especialista em Saúde Pública, coordenadora Municipal de Saúde Mental de Janaúba/MG; e Marisa Helena Alves, graduada em Psicologia, mestra em Psicologia da Saúde, professora da Faculdade Católica de Mato Grosso e conselheira do Conselho Federal de Psicologia.  A mediação foi feita por Mariana Tavares, conselheira e coordenadora das comissões Psicologia e Clínica e Psicologia nas Emergências e Desastres do CRP-MG. Confira aqui as imagens do evento e aqui o vídeo completo.

Cecília Ribeiro foi a primeira convidada a falar. Ela contou sobre o trabalho com as vítimas do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. “Nossa atuação é coletiva.Somos 14 pessoas de diferentes áreas técnicas e envolvemos os atingidos como participantes nos processos decisórios. Fazemos uma psicologia social, comunitária, fortalecendo a comunidade sob o ponto de vista de direitos”, contou. Segundo ela, ainda não é possível conhecer todas as implicações do desastre. Mas uma pesquisa já indicou que, “muitas pessoas sofrem com sintomas de estresse pós-traumático e depressão. Já temos 52% de crianças e adolescentes reprovadas na escola, 82% apresentaram indícios de transtorno pós traumáticos e  39%, indícios de ansiedade e depressão. São dados alarmantes que colocam em pauta o adoecimento como grande dano que as famílias estão sofrendo”, concluiu.

Olhar cuidadoso – Na sequência, a psicóloga Juliana Matos se apresentou também relatando que foi montada em Janaúba, após a tragédia na escola infantil, uma equipe multidisciplinar e que, recentemente criaram pequenos grupos com representantes da saúde, educação e assistência social para realizar visitas às famílias das vítimas. “Esses grupos garantem um manejo cuidadoso, delicado, cauteloso, de escuta, sem ser evasivo. Fazemos uma abordagem com diversos olhares para entender necessidades diretas e indiretas”, relatou.

A conselheira do CFP, Marisa Helena Alves, encerrou a fase de apresentações relatando as ações do Sistema Conselhos de Psicologia, inclusive junto à Secretaria Nacional de Defesa Civil. “Essa é uma temática de grande complexidade, com várias implicações, com a atuação de vários atores e que demanda visão muito qualificada e experiente”, explicou. Em seu relato disse que o Sistema também está atento ao que chamou de desastres atuais políticos e econômicos: “ampliamos nosso trabalho analisando os riscos e desastres relacionados ao direito à cidade porque ela não é mais um lugar que acolhe, principalmente determinadas populações como negros, mulheres e pessoas LGBT”, finalizou.

Mariana Tavares conselheira e coordenadora da Comissão de Psicologia Clínica do CRP-MG convocou as(os) psicólogas(os) para participarem das Comissões, ressaltando a importância da participação da sociedade no Conselho. “Nós precisamos de diferentes olhares e formas de entender a Psicologia é por isso que essa casa está aberta para sociedade”, disse.



– CRP PELO INTERIOR –