26 abr Psicologia em Foco debateu a desconstrução do discurso de ódio e da ideologia de gênero
O Psicologia em Foco desta quarta-feira, 25/4, discutiu “Gênero não é ideologia: dimensões inerentes à Psicologia e a Educação”. A mesa contou com as contribuições do conselheiro do Conselho Federal de Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, e do educador sexual e membro da Comissão de Psicologia, Gênero e Diversidade do CRP-MG, Pedro Drubscky. Para assistir o evento na íntegra, clique aqui.
Pedro Drubscky, que também é biólogo comportamental, falou sobre a expressão “ideologia de gênero”. “Na verdade, esse termo ideologia de gênero não foi criado pelas pessoas que estudam gênero, pois gênero não uma ideologia”, afirmou o biólogo. Ele explicou que os apoiadores da existência de uma ‘ideologia de gênero’ acusam estudiosos, grupos LGBT e feministas de imporem essa ideologia e que ela destruiria as famílias.
Pedro Drubscky explicou que o intuito básico de se discutir gênero nas escolas é o respeito aos direitos humanos. “A escola tem que ser um espaço inclusivo, onde o aluno se sinta pertencente. Como um aluno que está se descobrindo trans ou homossexual vai se sentir bem em um lugar que você não pode falar dele, nem das travestis, nem dos homens gays, das mulheres lésbicas? Como esse vai ser um espaço inclusivo? A escola deveria ser um espaço de acolhimento, em que a criança inicia um processo de aprendizagem social”, avaliou.
O psicólogo, especialista em Psicologia Jurídica e doutor em Psicologia, Pedro Paulo Bicalho, fez um resgate histórico sobre a temática no Brasil. “Falar de ideologia de gênero no país é falar de escola sem partido e nós devemos ficar atentos a esse projeto”, alertou o psicólogo.
Pedro Paulo ainda falou sobre o discurso de ódio. “No Brasil, nós não assassinamos pessoas LGBT porque nós possuímos leis que dizem que são pessoas que precisam ser assassinadas. Nós assassinamos por discursos e construções subjetivas de ódio”, disse o psicólogo. Ele ainda acrescentou que desconstruir a materialização do discurso de ódio no modo de tratar o outro é uma grande tarefa para as(os) psicólogas(os).
A mediação do debate foi feita pelo psicólogo, Breno Stefano Martins Figueredo, que também é membro da Comissão de Psicologia, Gênero e Diversidade Sexual do CRP-MG.
