Psicologia em Foco debateu desafios das relações soro diferentes

Atividade fez alusão ao Dia Mundial de Combate à AIDS, 1º dezembro

O Psicologia em Foco desta quarta-feira, 29/11, discutiu as “Relações Soro Diferentes”. Nessas relações, uma pessoa soropositiva se relaciona com outra soronegativa. Assista o debate.

A psicóloga Andreia Resende, servidora pública em instituição estadual referência no tratamento de HIV e outras infecções sexualmente transmissíveis, falou da importância de se discutir o tema. “A política de prevenção ao HIV/AIDS no Brasil se dá no viés da biomedicalização, ou seja, o uso de remédios e da camisinha. O problema é que essa linha de prevenção pode servir como uma ‘cortina de fumaça’ onde não se discute o preconceito, a discriminação, a não oferta de serviços para essas pessoas. Dentro disso, perde-se totalmente a chance de trabalhar a prevenção nas relações soro diferentes”, esclareceu a psicóloga.

O acolhimento – Andreia Resende falou sobre o cuidado no atendimento de pessoas soropositivas:“é essencial valorizar o simples ato de procurar uma unidade de saúde, pois o acolhimento dessa pessoa pressupõe uma ampliação e facilitação para o acesso aos serviços de saúde”, afirmou. Ela ainda acrescentou que com os avanços nos tratamentos é necessário que os profissionais da saúde também acompanhem essa evolução.

“Há 30 anos AIDS/HIV era sentença de morte iminente para os portadores e atualmente a perspectiva em relação à doença é totalmente diferente, pois é um tratamento que requer cuidados e é a longo prazo”, explicou a psicóloga.

Os grupos de convivência – Jefferson Fonseca, coordenador do Comitê Comunitário e assessor da Sociedade Civil em Pesquisa Clínica em HIV/AIDS do Grupo de AIDS da UFMG falou sobre os grupos de convivência no auxílio a pessoas que têm HIV. “São grupos criados por nós, pessoas soropositivas, então toda demanda que é colocada por alguém do grupo e que é da área da saúde, nós indicamos para os especialistas. Outra coisa é que nas nossas reuniões mensais a gente sempre está levando um infectologista, um(a) psicóloga(o), entre outros profissionais da saúde, para esclarecer as nossas dúvidas”, explicou Jefferson.

Jefferson Fonseca também fez um relato da sua vida como soropositivo e da sua relação de 11 anos com uma pessoa soronegativa.

A mediação da mesa foi feita pelo integrante da Comissão de Psicologia, Gênero e Diversidade Sexual do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), Reinaldo Moreira.



– CRP PELO INTERIOR –