Psicologia em Foco debateu relação de psicólogas(os) com planos de saúde

Na quarta-feira, 5/4, o ciclo de eventos Psicologia em Foco debateu os “Desafios do trabalho das psicólogas e psicólogos com os planos e operadoras de saúde”. Participaram da mesa, Fernanda Magano, presidenta da Federação Nacional dos Psicólogos (Fenapsi), e Fausto Pereira dos Santos, médico sanitarista e ex-diretor presidente da Agência Nacional de Saúde (ANS). Assista o registro do evento em vídeo.

Mediadora do encontro, a conselheira e coordenadora da Comissão Psicologia e Clínica do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), Mariana Tavares, informou que o debate é a primeira ação pública da Comissão, criada pela atual plenária do CRP-MG.

A conselheira explicou que a relação da categoria com planos e operadoras de saúde é uma pauta que deve ser trabalhada em conjunto pelo Sindicato das(os) Psicólogas(os) e CRP-MG. E este é o caminho que vem sendo trilhado, uma primeira reunião sobre o tema foi realizada pelas duas instituições no dia 17/3 e recolheu subsídios para a realização do Psicologia em Foco.

Regulação
Fernanda Magano apresentou o conjunto de leis e normas que atualmente regulam a oferta de serviços em saúde suplementar no Brasil e, de modo específico, dos atendimentos prestados por profissionais de Psicologia nos planos de saúde.

Segundo Fernanda, o fato dos planos de saúde serem orientados pelo Código Internacional de Doenças (CID) acarreta inúmeras consequências para o trabalho de psicólogas(os), pois a forma de atendimento sofre limitações e a autonomia profissional é atingida, uma vez que cabe a médicos autorizarem, por exemplo, o aumento do número de atendimentos com a(o) psicóloga(o).

Lógicas de funcionamento
Fausto dos Santos destacou que no âmbito da saúde suplementar procedimentos como internações e cirurgias são os que movimentam mais recursos e isso apresenta complicações para o atendimento no campo da saúde mental. Além disso, é preciso ter em vista que operadoras e profissionais muitas vezes atuam em sentidos opostos. “A operadora ganha quanto menos ela autoriza e o prestador ganha quanto mais atendimentos ele faz. É uma lógica perversa e o usuário está no meio”, analisou. Neste cenário, discussões como a qualidade do atendimento acabam ficando em segundo plano.

O palestrante também destacou que é preciso ter em vista o contexto político atual e as consequências da Emenda Constitucional que congelou em um patamar baixo os gastos em saúde pública para os próximos 20 anos no país. Além disso, o ministro da saúde, Ricardo Barros, tem defendido propostas que vão favorecer as operadoras de planos de saúde e prejudicar ainda mais os usuários de planos de saúde.

Diante deste quadro, Fausto reforçou a importância de que os pleitos da Psicologia sejam organizados, defendidos de maneira coletiva e estratégica, iniciando por articulações junto a operadoras de planos regionais, por exemplo, em que há maior possibilidade de se abrir canais de diálogo.

Ao final, a conselheira Mariana Tavares reforçou o convite para que a categoria continue a acompanhar o debate e participe das reuniões da Comissão Psicologia e Clínica. O calendário de reuniões das comissões do CRP-MG está disponível em: crp04.org.br/o-conselho/comissoes-e-gts/



– CRP PELO INTERIOR –