Psicologia em Foco discute práticas Antimanicomiais

Na quarta-feira, 23 de março, o Psicologia em Foco – ciclo de eventos do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) – discutiu o tema: “Experiências de práticas Antimanicomiais.” O evento teve caráter preparatório para o 9º Congresso Regional de Psicologia (Corep) e contou com a participação de Maria Helena, psicóloga, professora da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG); Tulíola Almeida, psicóloga especialista em SM pela Residência Multiprofissional da ESP/MG; Emilia Maria de Oliveira, usuária, ex membro da diretoria da Asussam; e o bacharel em letras, Sandro Boaventura.

Emilia Maria falou sobre as práticas antimanicomiais feitas pelas universidades nos serviços abertos de saúde mental. Ela comentou que no Cersam há estudantes de várias áreas que participam de oficinas e atividades com os usuários. Também sobre a questão das práticas com os usuários Sandro Boaventura pontuou o uso do teatro e seus efeitos positivos.

Residência necessária – 
Tulíola Almeida expôs um dos desafios no campo da formação: a escassez de vagas na residência, e a importância das mesmas para os estudantes. “A residência deixa um legado para que os profissionais estejam mais preparados para esse serviço, para que tenham contato com os usuários”. Segundo a psicóloga, para o campo da saúde mental não basta ter uma melhor formação técnica, é preciso ter questionamento político e consciência.

Falando sobre os desafios de atuar como psicóloga na saúde pública na década de 80, Maria Helena contou sobre a sua experiência na Vila São José, que na época tinha população extremamente vulnerável e sem contato algum com a Psicologia. “A primeira reação que tiveram diante da minha presença foi de um ser estranho”, afirma. Para ela, um dos mais complexos desafios foi lidar com o sofrimento humano expresso naquele contexto social.  Em relação à formação, ela acredita que educação e saúde formam um binômio indissociável. A ida dos estudantes para o centro de saúde é necessária para uma experiência enriquecedora.

Maria Eliza, por sua vez, abordou as práticas antimanicomiais em relação  às de uma instituição que trabalha com a clausura e o isolamento. “As práticas antimanicomiais trazem um espaço de tratamento em liberdade, fazem com que aquele sujeito em sofrimento seja o protagonista de sua vida. Fatos que a instituição manicomial tira dele”, disse. Ela concluiu sua apresentação com uma reflexão: “Devemos deixar de lado o diagnóstico para que haja o sujeito.”



– CRP PELO INTERIOR –