30 mar Psicologia em Foco no rádio debate o feminicídio

No dia 10 de fevereiro, uma estudante da Universidade de Brasília foi assassinada dentro da faculdade pelo ex-namorado. Esse tipo de crime, conhecido como feminicídio, está nas estatísticas do Mapa da Violência de 2015, que aponta 13 mulheres sendo mortas por dia no Brasil, simplesmente por serem mulheres. O feminicídio foi o tema do programa de rádio Psicologia em Foco transmitido nesta quarta-feira (30). O programa entrevistou a psicóloga e mestre em psicologia, Flávia Gotelip. Atualmente ela coordena o Programa de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Governo do Estado de Minas Gerais. Além disso, já foi vice-coordenadora do Instituto ALBAM, onde desenvolveu e facilitou grupos reflexivos voltados para homens e mulheres em situação de violência de gênero.

Flávia iniciou a entrevista explicando aos ouvintes quem é o principal agressor no feminicídio. “Normalmente é o companheiro ou ex-companheiro da vítima, mas a agressão também pode partir de homens que estejam próximos da vítima no contexto familiar”, relatou. A psicóloga afirmou que o feminicídio é um crime que está relacionado à posse e o amor não deve ser colocado em questão. “Geralmente, se tem uma leitura de achar que é um crime passional, cometido por paixão e não é isso que acontece. O feminicídio está ligado ao ato de vingança, de ódio, uma forma do homem mostrar para a mulher o que ele é capaz de fazer”, explicou.

No caso da estudante da Universidade de Brasília, o agressor disse à imprensa que não se arrependeu do fato e que se sentia satisfeito. A psicóloga falou que depoimentos como o dele chocam a sociedade, mas quando são questionados dos motivos, esses homens justificam o comportamento, tentando minimizar a situação. “Muitas vezes, eles falam que estavam sob efeito de drogas e/ou álcool ou simplesmente afirmam que a mulher os provocou”, relatou.

Quando se fala em ameaça, Flávia alertou as mulheres que estão passando por essa situação. “A ameaça deve ser levada a sério. As mulheres devem ficar atentas e conversarem com a família para terem apoio, proteção e tomarem uma atitude antes que o pior possa acontecer”, atentou.

Para ouvir a entrevista completa, utilize o player abaixo.