Psicologia, esporte e diversidade mobilizaram público em evento no CRP-MG

Em julho, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais torna especiais as edições do Psicologia em Foco, para integrar a 6ª Jornada pela Cidadania LGBTI de Belo Horizonte. Nesta quarta-feira, 3/7, o evento abordou o tema “Corpos diversos: os desafios para a Psicologia e os cuidados na promoção da saúde integral no ambiente esportivo”.

Para compor a mesa, participaram a doutora em Psicologia Social e graduada em Educação Física, Paula de Paula; o colaborador da ONG TransVest e diretor do núcleo social do Bharbixas Esporte Clube, Thales Pimentel; e como mediador, o estudante de Psicologia e membro das comissões de Psicologia, Gênero e Diversidade Sexual e de Psicologia e Relações Étnico-Raciais do CRP-MG, Breno Martins.

Paula de Paula explicou que, atualmente, o esporte é visto em três dimensões: esporte-educação, esporte-participação ou popular e esporte-performance ou rendimento, e cada um opera sob alguns princípios, indo da integração e do prazer lúdico à profissionalização. Segundo a psicóloga, é importante que a atividade continue sendo praticada como lazer e com objetivo de melhorar a qualidade de vida.

Longe de se configurar apenas como um território positivo, o esporte esbarra em alguns obstáculos. Paula de Paula ressalta a transformação do esporte em negócio, o que o coloca em uma lógica capitalista que promove doenças, uma vez que está atrelado a uma lógica produtivista. Apesar de ser um direito constitucional, a doutora alertou: “o esporte ainda não é para todos por uma lógica de rendimento”.

Subjetividades produzidas no território esportivo – No âmbito da Psicologia e da diversidade sexual, Paula de Paula enfatizou que as(os) psicólogas(os) devem estar interessadas(os) na saúde e na subjetividade que estão envolvidas naquele campo. Neste sentido, salientou que as pessoas LGBTI têm dificuldades de se inserir no esporte por questões relacionadas ao preconceito. No caso das pessoas trans, por exemplo, ela completou: “estamos muito ligados à questão biológica, como se o sexo biológico definisse o ser humano, e não é bem assim”.

Thales Pimentel apresentou suas vivências enquanto homem gay e o que tem experimentado na prática do esporte em um time LGBTI de Belo Horizonte, os Bharbixas. No time, ele desenvolveu pesquisas e coletou alguns depoimentos que denunciam a LGBTIfobia vivida no âmbito esportivo.

“Gostava muito de futebol quando pequena, mas não pude praticar o esporte e/ou participar de treinamentos, por ser considerado esporte de sapatão” – depoimento anônimo.

Para Thales, as pessoas LGBTI não se sentem seguras no ambiente esportivo porque são hostilizadas o tempo inteiro. “Temos que fingir ser quem não somos para ter segurança”, lamentou. “O esporte deveria ser sobre inclusão e não sobre exclusão”.

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– CRP PELO INTERIOR –