Psicologia, juventudes e suicídio foram temas abordados pelo Psicologia em Foco

Em virtude do Setembro Amarelo, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) realizou, nesta quarta-feira, 18/9, o Psicologia em Foco “Possíveis intervenções diante das temáticas relacionadas ao suicídio entre jovens”. Para compor a mesa de discussão, participaram a psicóloga, especialista em Psicologia do Esporte, Alessandra Monteiro; o psicólogo Kelison Gomes; e como mediador, o psicólogo e coordenador da Comissão de Psicologia e Juventudes do CRP-MG, Giovanni Silva.

Veja as fotos do evento.

Kelison Gomes relatou uma experiência da graduação, em que atuou na rede de saúde da cidade de Itapecerica, centro-oeste de Minas Gerais. O psicólogo chamou atenção para o fato de que o município registra, em média, um caso de suicídio por mês. Por isso, reforçou a importância de compreender a dinâmica de funcionamento da rotina dos cidadãos. “A cidade ainda se organiza, tradicionalmente, por sinos. Em caso de velório, por exemplo, o sino também toca. Há sons específicos para homens, para mulheres e, em conversas, descobri que também há um toque específico para suicídio”, observou.

O trabalho, feito no município, o levou a uma escola, onde pôde trabalhar questões de Saúde Mental pertinentes à juventude, com as(os) estudantes. “Foi possível, com a proposta do grupo, não falar sobre os alunos, mas sim falar com eles, para que pudessem construir os conflitos estavam vivendo”, destacou.

Para ele, o suicídio apresenta desafios de construir, junto à juventude, respostas que não sejam a brutalidade do autoextermínio. “É necessário fazer uma leitura sobre o nosso contexto social e porque cada vez mais jovens estão buscando, como solução, colocar fim à própria vida. Quando os adolescentes se matam, eles dizem algo sobre si mesmos, mas também dizem algo sobre a época em que eles não viverão. Precisamos prestar atenção nisso”, alertou.

Alessandra Monteiro fez uma breve exposição de sua experiência no futebol e lançou algumas provocações para o debate. Segundo ela, o esporte oferecido nas escolas é o que comumente as pessoas entendem como uma prática que colabora para o desenvolvimento físico e psíquico, sem a obrigação de obter vitórias. Já nas categorias de base do futebol, conforme exemplificou, a experiência é diferente. “Percebo que é um ambiente de extrema pressão, onde podemos esperar que estejam propensos ao adoecimento mental. Porém, na minha prática desconheço algum caso de suicídio até então”, concluiu.

 



– CRP PELO INTERIOR –