Saúde, assistência social e casos de violência sexual infantojuvenil foram abordados no Psicologia em Foco

Em consonância com o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual Infantil (18 de maio), o  Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) realizou, nesta quarta-feira, 15/5, o Psicologia em Foco “Abuso e exploração sexual infantojuvenil: diálogos entre assistência social e saúde”. A mesa contou com a participação da pós-doutora em Psicologia Clínica, Cassandra França; da psicóloga Célia Nahas; e mediação da psicóloga e coordenadora da Comissão Metropolitana de Psicologia e Política de Assistência Social do CRP-MG, Flavia Zarattini.

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Em uma perspectiva psicanalítica, Cassandra França narrou sua experiência enquanto psicóloga, professora e líder do Projeto Cavas (Crianças e Adolescentes Vítimas de Abuso Sexual), que funciona com pesquisa e extensão na UFMG, prestando atendimento psicoterápico ao público infantojuvenil.

Cassandra citou Ana Freud, Melanie Klein e Sandór Ferenczi como teóricas(o) fundantes sobre a identificação da vítima com o agressor. “Passei a ver o fenômeno da identificação com o agressor como um alarme que poderia balizar o tratamento psicoterápico em vários momentos: a identificar se houve ou não um abuso sexual e a verificar o andamento da análise, ou seja, se a criança estava ou não elaborando o tratamento sofrido”, explicou. A professora também destacou que, em alguns casos, a identificação é capaz de provocar uma cadeia, onde a pessoa abusada passa da condição passiva a querer fazer com o outro aquilo que lhe fizeram.

Célia Nahas observou que ao falar de violência sexual é necessário colocar em pauta os direitos humanos, uma vez que a temática não é um fator “desagregado e desolado”. A psicóloga chamou atenção para o fazer da Psicologia na assistência social, que deve ser sempre comprometido com a ética. “Um conceito de assistência social que sempre tangenciou a minha prática foi o ‘lugar do sujeito’”, realçou.

Ainda neste campo, Célia ressaltou que a violência sexual demanda diversas esferas de atuação e que, por isso, é preciso pensar o atendimento não só com o indivíduo, mas também com o seu núcleo familiar. “Psicólogos não podem fazer leitura dos casos fora do contexto de vida do sujeito. Tem-se uma estrutura de sociedade hoje que oprime uma grande parcela da população”, finalizou.



– CRP PELO INTERIOR –