08 jul Saúde e segurança do trabalhador são discutidas no Psicologia em Foco no rádio
Acidentes e doenças no local de trabalho ainda são as grandes causas da impossibilidade temporária ou definitiva de milhares de trabalhadoras(es) continuarem desempenhando suas atividades profissionais. Nesta quarta-feira (26/8), o programa de rádio Psicologia em Foco do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) em parceria com a Rádio Inconfidência (AM 880) destacou o tema da saúde do trabalhador. Para falar sobre o assunto, a psicóloga, especialista em Gestão de Pessoas e em Psicanálise, Martha Ebert, foi a convidada da semana.
Martha explicou que algumas pessoas adoecem devido a um ambiente de trabalho dotado de pressão. “Algumas pessoas passam por empregos assim de forma tranquila, mas outras podem adoecer”, declarou. Ela relatou que muitas empresas fazem grupos de descontração como a “pelada” nos fins de semana e os grupos de oração que são mecanismos de defesa que ajudam as(os) funcionárias(os) a permanecerem sadias(os).
A psicóloga também falou que algumas profissões provocam mais adoecimento. “Pessoas que trabalham gcom telemarketing na maioria das vezes apresentam algum tipo de adoecimento, pois não podem retrucar o que escutam de um cliente, por exemplo. Os técnicos em enfermagem por terem contato com a morte e professores pela pressão que sofrem de si mesmos para fazer com que o aluno aprenda”, afirmou. Ela também destacou o trabalho dos motoqueiros. “Por lidarem contra o tempo diariamente, esses profissionais são os que mais sofrem acidentes. Tempo para eles está ligado à competência e a dor da incompetência gera adoecimento”, relatou.
Martha pontuou que a dor física é tratada, já a mental acaba não sendo aceita. “O sofrimento mental é invisível e quando aparece já evoluiu para uma doença mental. As pessoas têm o costume de falar ‘toma um remedinho que passa’, mas não se tem um medicamento para angústia”, declarou. A psicóloga ressaltou que a pressão do tempo é um grande problema. “Já é algo internalizado. O trabalhador acha que o tempo é da empresa e até mesmo em um happy hour continuam a falar sobre trabalho com os amigos da empresa. Acredito que a solução seja ver o ser humano como um ser humano e reconhecer o trabalho e esforço que ele produz. Seja em um caso em que o funcionário já adoeceu ou não”, finalizou.
Para escutar a entrevista completa, utilize o player abaixo.