Sexualidades e subjetividades foram debatidas no Psicologia em Foco

O Psicologia em Foco desta quarta-feira, 11/7, discutiu “Corpos, prazeres, subjetividades e práticas sexuais contemporâneas: interlocuções com a Psicologia”. A mesa contou com as contribuições de Bruna Benevides, presidenta do Conselho LBGT de Niterói e membro da Diretoria da ANTRA e ABGLT; e de Rodrigo Torres, psicólogo, máster em Sexologia Clínica e Saúde Sexual (Universidade de Barcelona).

Assista o debate, na íntegra.

Rodrigo Torres explicou que é especialista no tratamento de disfunções sexuais. Ele lamentou a ausência de psicólogas(os) disponíveis para troca de conhecimentos sobre sexologia e sexualidade na região metropolitana de Belo Horizonte. “Percebo a ausência de psicólogos nos congressos de sexologia e falta união dos psicólogos aqui da região que trabalham nessa área”, disse. “A Psicologia precisa se unir para falar de sexualidade, caso contrário, tudo fica medicalizado”, avaliou.

O psicólogo explicou que o sexo é um grande tabu na nossa sociedade: “as pessoas fazem e veem, mas não falam sobre sexo”, disse. O psicólogo também afirmou que o machismo é o fator que mais reprime mulheres e homens em relação à sexualidade. “As mulheres são reprimidas pelos pais desde sempre, elas não podem querer, gostar e desejar. Já os homens são criados para sempre quererem muito, estarem prontos e funcionarem sempre”, apontou o Rodrigo Torres.

Bruna Benevides alertou que é evidente a existência de uma agenda que não quer discutir sexualidade e gênero, por isso, é importante promover espaços de debate sobre o tema.

A presidenta do Conselho LBGT de Niterói contextualizou a discussão apontando o surgimento da heteronormatização na sociedade. “A nossa sexualidade é construída e nós temos que descontruir essa heteronormatividade”, afirmou Bruna. Ela também apontou para os impactos de referências que atualmente são tomadas neste campo. “A indústria pornográfica é uma das maiores responsáveis pelo adoecimento de homens e mulheres héteros, gays e lésbicas, porque ali está o padrão que deve ser alcançado, desejado e inclusive repetido”, alertou.

Bruna Benevides também falou sobre a importância de que psicólogas(os) tenham a atuação orientada pelo Código de Ética Profissional e se aprofundem na discussão sobre sexualidade de gênero para não reproduzirem estigmas que adoecem a sociedade. “Cumpram e leiam o código de ética de vocês. Isso é fundamental para a prática”, solicitou Bruna Benevides.

A mesa foi mediada pela conselheira presidenta do CRP-MG, Dalcira Ferrão, que também é coordenadora da Comissão de Psicologia, Gênero e Diversidade Sexual do CRP-MG.



– CRP PELO INTERIOR –