Última Apaf do ano toma decisões importantes para a Psicologia

A Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças aconteceu nos dias 27 e 28 de novembro

O Sistema Conselhos de Psicologia realizou nos dias 27 e 28 de novembro a última edição de 2021 da Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (APAF). Na pauta, ações e medidas para as gestões do Conselho Federal (CFP) e dos Conselhos Regionais (CRPs). 

Representaram o Conselho Regional de Psicologia — Minas Gerais (CRP-MG), Lourdes Machado (conselheira presidenta), Suellen Fraga (conselheira vice-presidenta), Evely Najjar Capdeville (conselheira tesoureira), Cristiane Nogueira (conselheira) e João Henrique Bento (conselheiro).

O debate acerca do exercício exclusivo da psicoterapia foi destaque nesta edição. Na avaliação da presidenta Lourdes Machado, as(os) profissionais da Psicologia devem trabalhar juntas(os) às(aos) envolvidas(os) com a temática para uma resolução da questão. “Nós não temos o poder de definir. O que podemos fazer é minuta de resolução para conversar com outros atores, inclusive no Legislativo, onde tramita um Projeto de Lei”, diz a presidenta e elenca um conjunto de ações advindas da discussão. “Com os encaminhamentos da APAF pensaram-se algumas possibilidades: regulamentar as bases teóricas para atuação de psicólogas(os), elaborar cards, vídeos e documentos que enfatizem a psicoterapia feita por psicólogas(os) e retomar o trabalho junto ao Legislativo para dar andamento ao PL”, enumera Lourdes.

A presidenta também destacou que o debate sobre o tema não é algo novo, sendo realizado a partir de 2008 ações como a recente pesquisa que ouviu a categoria. “Desde esse período, vem sendo discutido se a psicoterapia deve ser uma prática exclusiva de psicólogas (os), culminando agora nesta consulta pública em que o resultado final mostrou que 83% das pessoas que responderam à consulta pública atuam como psicoterapeutas, com menos de 10 anos de formado. 66% tem formação em psicoterapia. E na pergunta-chave, “Se a psicoterapia deve ser exclusiva de psicólogas(os)”, 94.5% dizem que a psicoterapia deve ser exclusiva”, finaliza Lourdes Machado. 

Para a tesoureira Evely Capdeville, a APAF foi positiva, haja vista que de uma agenda ousada de mais de 40 itens um terço foi cumprida. “Trabalhamos na grande maioria dos pontos nos quais destaco: a elaboração de resoluções inéditas como no campo do atendimento psicológico às pessoas surdas e pessoas com deficiência; a regulamentação da avaliação psicológica para concessão e registro de porte de arma de fogo; a regulamentação de normas e procedimentos para a avaliação psicossocial no contexto da saúde e segurança do trabalhador. Criamos Grupos de Trabalho (GT’s) para fazer reflexões acerca de outros temas emergentes, tais como constelação familiar, publicidade nas redes sociais, inscrição suplementar, adequação do porte dos Conselhos, dentre outros”, aponta Evely que ressalta a troca de experiências entre as(os) colegas(os) sobre os pré-congressos e o compartilhamento de ações e atividades desenvolvidas de forma híbrida no Sistema Conselhos durante a pandemia.

Já o conselheiro João Henrique Bento lembra da definição do ciclo de pesquisas do Crepop 2022 e também da criação dos GT’s como o que irá trabalhar referências técnicas para o atendimento de pessoas surdas. Segundo ele, esse grupo de trabalho e a nova carteira de identidade profissional (CIP) com porta cartão em braile, são compromissos para uma Psicologia mais inclusiva. “Entendo que a grande temática foi trazer para a discussão as questões relacionadas à deficiência e entender um pouco desse lugar para efetivar os compromissos da Psicologia”, diz. 

Cristiane Nogueira aponta que o trabalho do Conselho na APAF foi no sentido de ocupar e contribuir para os espaços de discussão. “O CRP de Minas tem trabalhado muito na articulação e desdobramentos das pautas da APAF, porque cada ponto de debate muitas vezes resulta em grupos de trabalho e documentos norteadores para a categoria”, diz a psicóloga, e ressalta o alto volume de assuntos a serem discutidos. “Pautas muito relevantes, muitos assuntos a serem tratados devido à pandemia. As demandas e as necessidades de discussão não pararam, na verdade, elas aumentaram e foi uma experiência muito rica estar com todos os Conselhos Regionais do país e Conselho Federal”, finaliza. 

A vice-presidenta Suellen Fraga reforça o entendimento que essa edição da APAF deve ser celebrada pelas discussões e medidas propostas. “Considero histórica essa APAF, no sentido de que discutimos muitos pontos caros à categoria e conseguimos entregar demandas que vinham caminhando com necessidade de desfecho e aprovação, certamente os pontos trabalhados irão refletir sobre a nossa classe, a partir dos esforços e extensos estudos dispensados pelas(os) conselheiras(os) de todo o Sistema Conselhos”, diz a conselheira. 

Essa edição da APAF foi híbrida (presencial e online). A gravação está disponível no canal do Youtube do Conselho Federal de Psicologia

Sobre a Apaf – A Assembleia de Políticas, da Administração e das Finanças (Apaf) foi criada durante o II Congresso Nacional da Psicologia (CNP), em 1996, como instância deliberativa do Sistema Conselhos de Psicologia. Suas decisões, tomadas pelo menos duas vezes por ano, influenciam as ações na gestão do Sistema e, principalmente, para a Psicologia e para a sociedade. Em cada edição conta com a participação de três representantes do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e por conselheiras(os) de todos os Conselhos Regionais de Psicologia, indicados por suas plenárias. 



– CRP PELO INTERIOR –