Violação de direitos e enfrentamento à LGBTIfobia na escola fundamentaram evento no CRP-MG

Como parte da 6ª Jornada pela Cidadania LGBTI BH 2019, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) realizou o Psicologia em Foco: “Onde nasce o preconceito? Diálogos possíveis para o enfrentamento da LGBTIfobia no ambiente escolar”. Edição aconteceu nesta quarta-feira, 24/7, em Belo Horizonte.

Para compor a mesa, participaram a mestra e doutora em Psicologia Social, Rafaela Vasconcelos; o professor das Redes Municipais de Belo Horizonte e Contagem e mestre em educação, Anderson Cunha; e como mediadora, a psicóloga social e clínica, integrante da Comissão de Psicologia, Gênero e Diversidade Sexual do CRP-MG, Amanda Zaniratti.

Rafaela Vasconcelos remontou suas pesquisas sobre segurança pública e militarismo na educação. A psicóloga alertou para a relação conflituosa existente entre o atual governo e a produção do conhecimento, haja vista que, segundo ela, há uma criminalização do ensino e da pesquisa, para que exista uma exaltação do senso comum, que é discriminatório e antidemocrático. “Aquilo que é raso e simplista, que dissemina preconceito e a desigualdade”, lamentou.

Para Rafaela, a educação tem passado, atualmente, por uma censura ideológica: “por isso, para que a Psicologia possa enfrentar a LGBTIfobia neste ambiente, é necessário recusar as releituras perigosas de direitos humanos que governo têm feito e se afirmar como campo de saber comprometido com a justiça e com a democracia”.

Pensar o sujeito – Anderson Cunha chamou atenção para o seu lugar dentro da escola, enquanto coordenador pedagógico, e quais as possibilidades de enfrentamento construiu no ambiente. Na instituição onde trabalha, destacou que a educação integral é parte importante dessa luta, porque passa por propostas pedagógicas e curriculares onde a(o) estudante está no centro. Para além de estender o tempo de permanência na escola, o professor observou que é necessário pensar em um sujeito que é cultural, social, afetivo e cognitivo.

Questões de vulnerabilidade social e violação de direitos são frequentes no território escolar: é o que também pontuou Anderson, que se atentou para o respeito e o comprometimento com os direitos humanos, que precisam ser acessados. “Existem princípios e valores que têm que ser de todos” afirmou. Para ele, enfrentar a LGBTIfobia na escola deve extrapolar os muros da própria instituição: deve abranger outros dispositivos.

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– CRP PELO INTERIOR –