Violência contra as mulheres em debate

A Comissão Mulheres e Questões de Gênero do Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) e o curso de Psicologia do Centro Universitário UNA promoveram uma roda de conversa sobre a violência contra mulheres. Realizada no dia 27 de novembro, no auditório da sede do Conselho, a atividade contou com a presença da psicóloga israelense, Beth Offer, que atua com o tema em seu país.

A psicóloga começou sua participação pedindo que lhe fossem apresentadas as políticas públicas e ações contra a violência sobre a mulher, aqui no Brasil, e seguiu o evento discorrendo sobre as experiências e ações dos órgãos de combate às violências de gênero, em Israel.

A presidente da Comissão de Ética do CRP-MG, Cláudia Natividade, considerou o evento de extrema importância para a promoção da troca de conhecimento de estratégias no combate à violência de gênero. “É um fenômeno mundial que atinge a todas as classes sociais, idades, religiões e cultura, por isso é importante identificar diferenças, nuances e semelhanças das ações, para que estas referências nos ajudem a elaborar ações relacionadas ao exercício da Psicologia”, salientou Cláudia.

Para a psicóloga e mestre em Medicina Social pela UFMG, Marta Elizabete, o trabalho de conscientização em todas as escolas, realizado em Israel, é de extrema relevância. “Este trabalho com a mulher, desde a mais tenra infância, foi uma das coisas que mais me chamou a atenção entre as experiências que ela nos trouxe”, confirmou Marta.

Já a presidente do Conselho Estadual de Mulheres, Neusa Cardoso Melo, pontuou sobre as políticas de abrigamento para mulheres sob risco de morte, aplicadas aqui no Brasil. “É preciso modificar esses procedimentos para não corrermos o risco de aprisionar a mulher e deixar livre o agressor”. Neusa ainda considerou que é necessário que a reinserção da mulher em sua família e no seu trabalho seja mais rápida.

Segundo a israelense Beth Offer, o discurso religioso é de reforço às desigualdades de gênero, e a violência é menor e menos frequente em sociedades em que este discurso é mais diluído e menos fundamentalista. Beth ainda considerou a culpabilidade da mulher diante do estupro também um sinal de retrocesso. “O estupro é uma violência, nunca sexo”, concluiu.



– CRP PELO INTERIOR –