Violência psicológica contra as mulheres foi tema de Roda de Conversa na sede do CRP-MG

Evento faz parte da “Virada mineira pelo fim da violência contra as mulheres”

O Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) promoveu nesta terça-feira, 28/11, a Roda de Conversa “Violência psicológica contra as mulheres”. O evento faz parte da Virada mineira pelo fim da violência contra as mulheres que, por sua vez, integra os 16 dias de ativismo contra a violência de gênero, que acontecem de 20 de novembro a 6 de dezembro.

A psicóloga e psicoterapeuta, Ana Elisa Xavier, e a vice-presidenta do CRP-MG, mestre e doutora em Análise de Discurso e professora das Faculdades Ciências Médicas e FEAD, Cláudia Natividade, conduziram a atividade. As participantes compartilharam experiências e percepções sobre a violência psicológica. Veja as fotos do encontro.

As psicólogas abordaram o comportamento atual da sociedade quando o assunto é violência contra a mulher. Na maioria das vezes, o único tipo de violência que é enxergado pela mulher que sofre é o físico ou, em algumas vezes, o verbal. Há uma dificuldade em se enxergar que é vítima de violência psicológica.

A sociedade patriarcal e os tipos de violência sofridos pela mulher – Cláudia Natividade citou características fortes da violência psicológica, ao lembrar da invisibilidade e tolerância que ela conta para se instalar na vida da mulher. “A experiência de que existem coisas incômodas acontecendo, ou coisas que diminuem e privam a mulher de alguma forma, mas mesmo assim acabam sendo toleradas, faz com que a violência se instale de forma altamente danosa. Afeta a autoestima e a autodeterminação da mulher”,explicou Cláudia.

Ana Elisa, defendeu que é preciso que as mulheres se unam e ajudem umas às outras. Também é necessário criarmos o hábito de educar as meninas para a realidade do mundo. “Fomos criadas para ver as outras mulheres como inimigas, porque isso evita que a gente se aproxime umas das outras e crie forças. É possível ver isso naturalizado em algo que deveria ser normal, como brincadeiras de crianças. Muitas vezes, sem perceber, acabamos cultivando hábitos para que as meninas se vejam como rivais”, defendeu a psicóloga. Ela também lembrou da necessidade de que se faça um movimento conjunto: criar homens desvinculados das raízes da instituição patriarcal e mulheres empoderadas.

As psicólogas ainda propuseram uma reflexão sobre o que as próprias mulheres podem fazer para terem maior lugar de fala e diminuir o silenciamento que ocorre a partir da violência psicológica. Intervenções, grupos de apoio e palestras de conscientização foram citados como formas de tentar reconhecer o sofrimento da mulher, que muitas vezes é negligenciado até mesmo pela Polícia, na hora de prestar queixa.

É preciso que as mulheres rompam o ciclo de violência e, para isso, é necessário que elas conheçam o espaço que estão e percebam os tipos de violência existentes, para entenderem que estão realmente sendo violentadas.

 



– CRP PELO INTERIOR –