22 mar Violências contra mulheres lésbicas foram discutidas no programa de rádio
Maioria dos casos de violência contra mulheres lésbicas acontece dentro de casa
“O estupro corretivo é, na verdade, punitivo. É um tipo de violência que tenta apagar a existência da mulher lésbica”. A denúncia feita por Gabriela Lamounier mostra a gravidade da lesbofobia e a importância de se rever os paradigmas construídos em torno da heteronormatividade.
No mês de março, em que tanto se discute sobre empoderamento e direitos das mulheres, é importante dar visibilidade às mulheres lésbicas. Para falar sobre o assunto, o Psicologia em Foco da quarta-feira, 21/3, entrevistou Gabriela Lamounier, que é formada em Psicologia pela UFMG e faz parte do Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT (NUH) onde desenvolve estudos sobre as políticas para travestis e transexuais no Sistema Prisional mineiro.
De acordo com a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos – órgão vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, a maioria dos casos de violência contra mulheres lésbicas acontece dentro de casa. As famílias sentem dificuldade em acolher as filhas que se assumem. “A lesbofobia é um fenômeno complexo, pois pode ser sutil ou explícita. Sua função é manter uma prescrição sobre o comportamento da mulher e a heteronormatividade”, explicou ela.
Gabriela destaca a homogeneidade na construção do gênero e da sexualidade no Brasil e explica a hierarquia que se forma em torno destes pontos. “Existem vários discursos criados ao longo da história para ajudar a legitimar um jeito dito como certo de se viver na sociedade. É preciso entender que a feminilidade não é uma propriedade exclusiva da mulher, assim como a masculinidade não é exclusiva do homem. As famílias vivem em um contexto de violência e a sociedade ainda vive na ideia de que o normal é a heterossexualidade”, ponderou Gabriela.
O programa Psicologia em Foco é uma parceria do CRP-MG com a Rádio Inconfidência. Vai ao ar toda quarta-feira, às 12h30, na frequência AM 880 e também no site www.inconfidencia.com.br. Neste mês de março, a programação aborda exclusivamente de pautas relacionadas às mulheres.
