Visibilidade bissexual foi debatida no Cine Diversidade

Os desafios enfrentados por pessoas bissexuais foram discutidos no Cine Diversidade, evento realizado pelo Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG), na última sexta-feira (30/9), no Galpão Cine Horto em Belo Horizonte. Clique aqui para ver as fotos.

A atividade começou com a exibição gratuita do filme Appropriate Behavior (Uma Boa Menina), que conta a história de uma jovem iraniana bissexual que vive nos Estados Unidos. No longa, são apresentados conflitos vividos pela personagem em suas relações afetivas e as dificuldades que ela enfrenta para falar sobre o assunto com a família.

Na sequência, a plateia pode debater o assunto com as(o) convidadas(o): Fernanda Coelho, presidente da Comissão da Diversidade Sexual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Ipatinga; Diogo Oliveira, militante LGBT pela Rede Transviver e Coletivo Mooca, e com a psicóloga e integrante da Comissão de Psicologia, Gênero e Diversidade Sexual do CRP-MG, Paula Duarte.

Fernanda, Paula e Diogo abordaram a questão da visibilidade bissexual a partir de situações que enfrentam cotidianamente. A advogada Fernanda Coelho afirmou que mesmo psicólogas(os) têm dificuldade em atender e entender pacientes que se identificam como bissexuais. Segundo ela, há profissionais que adotam uma postura semelhante a da maior parte das pessoas, que é a de afirmar que aquela(e) que se apresenta como bissexual está atravessando uma fase de confusão momentânea, mas que deverá se decidir entre uma das orientações sexuais: hetero ou homossexual.

A psicóloga Paula Duarte explicou que mulheres bissexuais têm que enfrentar cotidianamente rótulos de que estariam sempre disponíveis para as mais diversas práticas sexuais e que, inclusive, há parceiros que possuem esse tipo de expectativa em relação a elas. Já no caso de homens bissexuais, as pressões sociais se dão no sentido de que se “assumam” homossexuais.

Diogo Oliveira afirmou que ocorrem situações em que mesmo membros do Movimento LGBT questionam pessoas bissexuais sobre o fato de não terem se decidido, inclusive com menções de que estariam “em cima do muro” ou não teriam coragem suficiente para se apresentarem homossexuais.

Fernanda Coelho destacou também que a orientação bissexual não implica em reforço de binarismos. “Há pessoas trans que se indicam bissexuais. O binarismo de gênero seria defender que só há a mulher e o homem. Há várias outras pessoas que se identificam com outras identidades, pessoas que não se identificam como binárias no relacionamento com homem e mulher e pessoas que transitam fora disso. É importante reforçar que a bissexualidade não é só gostar de homem e de mulher, é gostar de mais de um gênero, posso ser bissexual e não gostar de homem, por exemplo”, afirmou.

O Cine Diversidade foi realizado em alusão a 23 de setembro – Dia da Visibilidade Bissexual.



– CRP PELO INTERIOR –