Mobilizações contra práticas manicomiais marcam o 18 de maio

Desfile e produções audiovisuais levam diálogo sobre o tema para a sociedade

A luta por uma sociedade sem manicômios é uma das principais agendas de atuação da Psicologia Brasileira e em maio a pauta ganha especial atenção em virtude do Dia Nacional da Luta Antimanicomial (18 de maio). Este ano, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) está envolvido com as seguintes iniciativas:

Desfile da Escola de Samba Liberdade Ainda que Tan Tan

Acontece nesta quinta-feira, 18, com concentração às 13h30, na Praça da Liberdade. O cortejo sai às 15h e percorre ruas da capital até a Praça da Estação.

As(os) participantes vão compor cinco alas que materializam em cores e fantasias o tema norteador do 18 de maio de 2023: “Plantando esperança, reflorestando o amanhã: pessoas são para dar frutos doces e tantans”.

O desfile é realizado pelo Fórum Mineiro de Saúde Mental (FMSM), Associação dos Usuários dos Serviços de Saúde Mental (Assussam) e Rede Nacional Internúcleos da Luta Antimanicomial (Renila). Como ocorreu nas edições anteriores, o CRP-MG apoia a iniciativa.

Na tela do Cine Diversidade, a luta antimanicomial

O média-metragem de ficção “Entre a colônia e as estrelas” foi o mote do Cine Diversidade de maio. A sessão comentada teve a presença do diretor do filme, Lorran Dias, que explicou o contexto de criação da Colônia Juliano Moreira, criada na década de 1920, na zona oeste do Rio de Janeiro.

O diálogo contou com as contribuições do Poeta Jomaka e de Yunni Arllen, que atuam como artistas e educadores em redes de saúde mental e também já foram usuários desses serviços. “Conheço de perto as práticas não acolhedoras, compulsórias e de medicalização que deixam a gente dopado. Quando a medicina e a farmacologia são colocadas como o que tem maior importância, a gente sai do lugar de sujeito e se torna objeto”, afirmou Jomaka.

“Esse movimento de institucionalização e de cárcere continua existindo. E sabemos contra quem ele se volta, continuamos falando de corpos pretos, indígenas e trans”, denunciou Yunni.

O conselheiro do CRP-MG, Gab Lamounier, mediou a conversa e reforçou justamente a importância de se construir práticas não centradas na Medicina e na Psicologia, mas que valorizem outros saberes e práticas de cuidado. “Não precisamos do outro para dizer quem a gente é, para legitimar, dar laudo, diagnosticar, abrir possibilidade de tratamento. Se estamos tão marcados como objetos de estudo, aniquilamento, exclusão e morte, nós também estamos reconstruindo a nossa história com nossas próprias vozes”, argumentou.

Documentário em homenagem a Marcus Vinicius de Oliveira

No dia 11 de maio, o CRP-MG lançou o documentário “As Marcas de Marcus em Minas”. A produção retrata a trajetória do psicólogo Marcus Vinicius de Oliveira pelos Direitos Humanos. O profissional deu contribuições fundamentais à reforma psiquiátrica no Brasil e teve uma atuação decisiva na criação do Dia Nacional da Luta Antimanicomial.

O documentário está disponível na íntegra no canal do CRP-MG no Youtube. Confira:



– CRP PELO INTERIOR –