18 mar Problemáticas em torno do padrão corporal e da pressão estética pautam live do CRP-MG

A transmissão faz parte da série especial de lives do mês das mulheres e está disponível na íntegra

Segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS), o Brasil ocupou em 2018 a segunda posição no ranking dos países que mais realizaram procedimentos estéticos cirúrgicos e não cirúrgicos, totalizando 1.498.327 e 769.078, respectivamente. Em primeiro lugar ficaram os Estados Unidos.

Considerando esse mesmo ranking, as mulheres representaram 87,4% das pessoas que buscaram intervenções estéticas naquele ano, enquanto os homens apenas 12,6%.

Atento a isso, o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) realizou uma transmissão em seu canal no Youtube para debater a temática.

Com o ponto de partida “Padrão corporal e saúde mental das mulheres”, a live contou com a participação da conselheira do CRP-MG e especialista em Saúde Pública e em Dependência Química, Cláudia Esposito. E, por meio de um vídeo, a ativista gorda e instrutora de pole dance, Drea Costa, também contribuiu para o debate. A mediação do encontro foi realizada pela psicóloga do Centro Risoleta Neves de Atendimento às Mulheres, psicóloga clínica e co-coordenadora da Comissão de Orientação Mulheres e Questões de Gênero do CRP-MG, Sandra Flores.

Confira o debate:

A ativista Drea Costa participou da transmissão por meio de um vídeo publicado em seu perfil no Instagram, onde comenta um conjunto de questões relacionadas à gordofobia. “Existe, socialmente, essa leitura do corpo gordo como um corpo feio, inadequado e incapaz. Isso é reforçado diariamente. Então, com toda a construção social, a gente acaba tendo essa rejeição pelo corpo gordo e essa constante busca por mudar, principalmente sendo mulher. Neste contexto, acaba sendo ‘natural’ que a pessoa gorda não aceite seu próprio corpo, se incomode com isso e queira mudar”.

A transmissão também exibiu a performance no pole dance da Drea Costa no 2º Rio Pole Fest, que pode ser conferido no canal do Youtube da ativista.

Cláudia Esposito, em sua fala, discorreu sobre os efeitos que o padrão estético corporal causa na saúde mental das mulheres. Ela analisou as questões também a partir do ponto de vista de uma ex-gorda, que precisou realizar uma cirurgia bariátrica por questões de saúde. “Temos dois campos de preocupação: que é o adoecimento das pessoas que não conseguem alcançar esse padrão estético imposto pela sociedade e as pessoas que sofrem de um transtorno dismórfico corporal”, explicou.

Ainda sobre o adoecimento da população gorda, Esposito exemplificou: “mulheres muitas vezes não são aceitas no seu ambiente de trabalho por terem corpos gordos. Isso afeta e vai adoecendo essa mulher que não consegue responder a isso. Existem mulheres que chegam no consultório que estão com autoestima baixa, deprimidas por não conseguirem responder a essas exigências. Um sentimento de menos valia”.

Próxima transmissão

O ciclo especial de live Mês das Mulheres se encerra na próxima quarta-feira, 24/3, às 17h, com o evento “Mulheres/mães e a interseccionalidade das maternidades diversas”. Participe!

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