12 dez CRP-MG lança linha do tempo sobre a história da autarquia
Registro compila principais marcos da Psicologia mineira e está disponível no acervo digital do Conselho. Confira entrevista com as organizadoras.
Em 2024, ano em que o Conselho Regional de Psicologia – Minas Gerais (CRP-MG) completou 50 anos, publicamos uma série de conteúdos especiais, para resgatar um pouco dessa história. Falamos sobre a origem e a função do Conselho, sobre a regulamentação da Psicologia, sobre a ética profissional, sobre a importância dos Direitos Humanos na prática das(os) psicólogas(os), sobre o mês psi, sobre o amplo processo democrático pelo qual a categoria se organiza e define os rumos da profissão, sobre as contribuições da Psicologia para o bem-estar social e sobre as quase 58 mil pessoas que estão na ponta, fazendo a Psicologia mineira acontecer.
Para fechar a nossa série de matérias especiais, nesta última edição você vai conhecer a linha do tempo que amplia esse registro e coroa o cinquentenário. Lançada no último dia 5 de dezembro, a página comemorativa está disponível no acervo digital do CRP-MG e reúne cerca de 500 itens históricos. Através dela, as(os) internautas poderão conhecer cada um dos 17 plenários que representaram a autarquia desde a fundação; as principais lutas e conquistas da Psicologia no estado de Minas Gerais, além de curiosidades como o primeiro modelo da carteira profissional, a chegada da informatização, e a criação de subsedes, comissões e grupos de trabalho (GTs) ao longo dos anos.
Para entender melhor esse projeto, nossa equipe conversou com as organizadoras da linha do tempo, a bibliotecária Niúra Ferreira, responsável pelo Centro de documentação e Informação (CDI) do CRP-MG, e a relações públicas Carolina Melo, referência da comunicação interna da autarquia.
Por que construir uma linha do tempo?
Carolina: A linha do tempo foi criada como uma ação especial para homenagear a história do CRP-MG, na esteira das comemorações pelos seus 50 anos. Mais do que um registro cronológico, ela é uma ferramenta viva que conecta o passado, o presente e o futuro da autarquia. Na medida em que ela mostra a caminhada do Conselho ao longo das décadas, revela os contornos da sua identidade, dos seus valores e das suas lutas. Esse trabalho reflete não apenas as transformações da própria instituição, mas também a evolução da Psicologia enquanto ciência e profissão, inserida no contexto social, político e cultural de cada época. Nosso desejo é que a linha do tempo ajude a ampliar o repertório sobre a atuação do CRP-MG, além de valorizar o conhecimento produzido por diferentes gerações que construíram essa trajetória cinquentenária.
Qual a importância de uma instituição construir uma memória?
Niúra: Saber sobre sua história é entender como foi construído o caminho até o presente e poder planejar o futuro. Uma instituição que preserva sua memória tem orgulho de cada pedaço da sua estrada, valoriza suas conquistas e as pessoas que contribuíram e contribuem para a caminhada. O CRP-MG tem um papel primordial nas conquistas da Psicologia em Minas e também no Brasil. Essa história precisa ser vista, conhecida e difundida e por isso acreditamos ser tão importante preservar a memória do órgão e possibilitar o acesso a toda a categoria e a sociedade.
Como o projeto nasceu?
Niúra: Em 2020 surgiu a ideia de fazer um repositório digital para armazenar todas as publicações, documentos históricos, fotos, vídeos e tudo mais que contasse a história do CRP-MG e em 2022 finalizamos a implantação do Acervo Digital do Conselho, que reúne atualmente quase 2 mil itens digitalizados e catalogados.
No começo de 2024, com a mudança do CDI para a sede [até então o acervo da instituição era armazenado em local fora do Conselho], acabamos encontrando muitos documentos históricos que estavam espalhados em diferentes lugares e vimos a necessidade de organizar tudo, para futuramente digitalizar e disponibilizar. Esse momento não foi tão futuro assim, pois logo veio a demanda pela linha do tempo.
Como foi a construção dessa cronologia?
Carolina: Nossa pesquisa histórica incluiu diferentes publicações, como atas de reuniões, relatórios de gestão, Jornais da Psicologia, boletins, revistas, livros, folhetos e fotografias, alguns desses documentos tão longevos quanto o próprio CRP-MG. Além dos acervos bibliográficos, parte da memória foi encontrada junto às pessoas que trabalham na instituição e resgatada com base na vivência delas.
Niúra: Na sequência, a equipe do CDI e da comunicação fizeram um trabalho profundo de investigação para confirmar cada fato, cada data, cada participante e trazer para a linha informações importantes, interessantes e verdadeiras.
Carolina: Todo o processo durou cerca de 5 meses. Na primeira etapa, os dados foram mapeados, coletados, selecionados e organizados. A segunda fase envolveu a criação visual do repositório, que hoje ocupa uma página no site oficial do Conselho.
Dentro de todo conteúdo ao qual tiveram acesso, o que mais chamou a atenção?
Carolina: Com uma história marcada por contribuições significativas, o CRP-MG participou ativamente das discussões nacionais, ajudando a formular políticas e diretrizes que fortaleceram o Sistema Conselhos e a profissão em todo o Brasil. É também motivo de orgulho reconhecer o quanto o CRP-MG tem desempenhado um papel pioneiro em matérias emergentes para a Psicologia, desde a sua fundação.
Niúra: Além de poder saber mais sobre o papel do CRP04 nas importantes lutas da Psicologia, adorei conhecer melhor as conquistas internas do órgão, sua evolução enquanto autarquia, as constantes melhorias para a prestação de serviço e qualidade de trabalho, e claro, através das fotos antigas, saber os nomes e os rostos de quem construiu toda essa longa história.
E qual foi o maior desafio nesse trabalho de seleção?
Carolina: O maior desafio foi elaborar um catálogo de fatos e experiências que fizesse jus à dimensão do trabalho do CRP-MG e ao protagonismo da Psicologia mineira. Mesmo diante da falta de alguns registros materiais, que acabaram se perdendo em razão do tempo, havia um cuidado para que os plenários, grupos e setores que participaram desses 50 anos de jornada pudessem se perceber representados.
Niúra: No fim, a descoberta das lacunas históricas se tornou um impulso para a produção da linha do tempo: era preciso continuar zelando pelo patrimônio memorial coletivo do CRP-MG. Criar um espaço de reflexão, atualização e projeção dessa importante trajetória revela justamente um compromisso com o que ainda está por vir.
Feito o lançamento da linha do tempo, quais são os próximos passos?
Niúra: A ideia principal da linha do tempo é ser um guia, um sumário para que a categoria e a sociedade visualizem a história e para que busquem no Acervo Digital maiores informações. É uma linha viva e será constantemente atualizada com as informações históricas que forem sendo descobertas e, também, com as novidades dos próximos anos.
Todas as contribuições serão muito bem vindas para que possamos enriquecer não só a linha, mas principalmente nosso Acervo Digital da memória do conselho. Quem tiver interesse em nos ajudar nessa construção, enviando fotos, folders e outros documentos históricos, pode entrar em contato pelo email cdi@crp04.org.br.
Nosso objetivo sempre foi e será o de reconhecer cada conquista, cada passo, cada pessoa, cada pedaço dessa história e garantir que a memória não seja perdida.
A seguir, veja um trecho da linha do tempo. Para acessar a página, clique na imagem.